Os sintomas da ansiedade surgem com um propósito. Eles querem dizer alguma coisa. Por isso, antes de tentar eliminá-los é importante que possamos compreendê-los.
A ansiedade, tema tão abordado nos dias de hoje, pode ter muitas facetas, sendo vivenciada por cada indivíduo de forma única e singular. Pode ser descrito como um momento de tensão entre o presente e o futuro, entre o agora e o depois. As pessoas vivenciam a ansiedade quando acreditam que não possuem capacidade para lidar com determinada situação.
A ansiedade é inerente à existência humana, podendo ser saudável e funcional ou paralisante e disfuncional. A diferença entre elas é a forma como são experienciadas e enfrentadas por cada um.
Sintomas comuns e seus propósitos
Os sintomas que se manifestam (alterações no ritmo cardíaco, sudorese, mudanças no apetite e no sono, estado de agitação, sensação de aperto no peito, dentre outros) têm um propósito, eles querem dizer alguma coisa. Nesse sentido, mais importante do que extinguir a ansiedade é tentar compreender seu significado, entender o sentido de sua manifestação naquele momento.
Seus sintomas podem indicar a necessidade de alguma mudança. Desta forma, a busca do “para quê” a ansiedade surge em determinado momento da vida é fundamental para que se possa alcançar o equilíbrio e uma forma mais saudável de ser e estar no mundo.
Comportamentos e atitudes diante da ansiedade
De modo geral as mudanças, sejam estas no âmbito pessoal ou profissional, geram ansiedade, pois ocorre uma ruptura com o que já é conhecido e vivido. Por mais que a situação conhecida não seja exatamente a desejada pela pessoa, esta já possui uma forma de lidar e se comportar nesse cenário existente, tendo certos padrões de vivência desenvolvidos, gerando uma sensação de conforto e previsibilidade.
Por outro lado, a mudança coloca o indivíduo em contato com o “não saber”, o inesperado, o imprevisível, o que constitui uma ameaça ao seu modo de ser, gerando grande desconforto.
A ansiedade encarada com coragem, flexibilidade e criatividade mobiliza, gera energia e consequentemente ação. A pessoa corre o risco e com isso pode crescer. Esta é a ansiedade existencial, natural, que pode ser entendida com um impulso para que alguém realize transformações em sua vida.
Quando a pessoa demonstra rigidez diante das novas exigências da vida, permanecendo no impasse, não dando ouvidos à sua ansiedade e ao que ela quer dizer, instala-se a ansiedade patológica ou disfuncional. Neste caso, a pessoa se isenta da responsabilidade do seu próprio crescimento e desenvolvimento.
O uso preocupante e excessivo de medicação para o controle da ansiedade
O ser humano busca sempre evitar a dor e sofrimento. É nesse contexto que percebemos um aumento considerável no número de pessoas que tomam medicação para o controle da ansiedade sem que antes tenham buscado compreender o verdadeiro sentido de sua existência. Dessa forma, optam por se anestesiar, ao invés de tentar compreender e buscar em si a coragem para enfrentar e realizar as mudanças necessárias em sua vida.
É claro que existem muitos casos em que a medicação deve ser utilizada, até que a pessoa consiga restabelecer um certo equilíbrio para que possa retomar as rédeas de sua vida. A questão é que deve ser usada por um determinado período de tempo e não de forma ininterrupta. Os medicamentos não são o problema, mas sim a maneira com a qual são consumidos.
Para a compreensão da ansiedade, mais do que um entendimento do momento atual da vida de cada um, é preciso compreender todo o contexto da vida do sujeito, seu histórico, sua forma de perceber o mundo e as relações. O indivíduo não pode ser reduzido a um sintoma, ele é uma totalidade e assim deve ser visto.
SOBRE A AUTORA
Roberta Carvalho, Psicóloga (CRP: 05/60634) formada há 14 anos pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), com MBA em Gestão de Pessoas pela Fundação Getúlio Vargas (FGV-RJ) e formanda em Gestalt Terapia pelo ICGT.
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Referência Bibliográfica:
Pinto, E.B. “Dialogar com a ansiedade: uma vereda para o cuidado”. São Paulo: Summus, 2021.
Amei pelo q li eu estou no estremo da ansiedade ruim oq faço?
Gostei muito do que li ,é tenho certeza que a Dr Roberta, poderá me ajudar a sair da depressão.